quinta-feira, 15 de maio de 2008

Tem alguma coisa no CHA...

Não raro, o famigerado método de avaliação de alunos da Fatec-GT ressurge nas conversas, sempre como a pedra em nossos sapatos.
O que há de errado com essa maneira holística de medir nosso desempenho, com essa visão trans-inter-multi-pluri que ronda o quadro de conceitos?

A resposta é tudo – e nada.

O CHA é uma teoria. É perfeita em sua concepção.
Sua proposta é boa demais. É bem intencionada e abrangente.
Todos os sistemas idealizados são assim. Até o Capitalismo é suave em sua apresentação.
O elo frágil de todos eles são os executores - as pessoas são justamente o contrário das teorias.

O método não dá certo porque supervaloriza as pessoas.
Não se pode contar com o bom senso, a boa fé e o discernimento delas. Em alguma altura, sempre um ou outro aspecto é falho.

A maioria dos conceitos é subjetiva.

Jamais saberemos se os julgamentos que fazem de nós, como alunos, são realmente justos. Ou se estes mesmos julgamentos sempre se limitam à nossa conduta acadêmica – e somente a ela – sem extrapolações para o lado pessoal.
E não importa o quanto alguns se esforcem, para algumas disciplinas nunca se desenvolve nenhuma habilidade.

Dessa forma estamos entregues à sorte. Não temos nada tangível para agarrar.
Se o professor for correto, a avaliação será bem conduzida. E qualquer que seja o conceito final, será de alguma forma, merecido. Caso contrário, espere pelos momentos surpreendentes de fim de semestre, em que topamos com o nosso nome ao lado de letras totalmente diversas das que, sinceramente, achávamos que deveríamos obter.

Talvez quando todos os professores forem seres elevados, capazes de entender e praticar com eficiência uma avaliação altamente lisérgica como essa, quando todo o potencial de feedback que esse método deveria proporcionar for alcançado, ao menos uma vez, sim, talvez nessa oportunidade o CHA funcione melhor do que as boas e velhas notas.

Por enquanto, prefiro distância dos cogumelos.

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